‘Fina Estampa’ é trama de horário nobre com jeito de novela das sete e histrionismo de sobra
8/23/2011
Depois de herdar um horário em alta graças à eletrizante reta final de “Insensato Coração“, “Fina Estampa” estreou causando certa estranheza. Ao contrário do tom de suas antecessoras, a nova trama das nove escrita por Aguinaldo Silva surpreendeu pela leveza e despretensão. Sem viagens internacionais no começo, perseguições ou acidentes, a história mais lembra uma novela das sete do que um dos carros-chefe do horário nobre da Globo. A abertura também chamou atenção por lembrar a de “Brilhante”, exibida em 1981. Seu início foi marcado pela apresentação de protagonista e antagonista. Lilia Cabral e Christiane Torloni dominaram a maior parte da cena, mas a histrionia da vilã ofuscou a mocinha. Numa interpretação que lembra Susana Vieira treinando agudos, Torloni deu show de futilidade e corre o risco de transformar Tereza Cristina numa personagem de comédia. Malvada a ponto de reclamar que o mordomo Crô (Marcelo Serrado) demorou 45 segundos para atender a um pedido seu, a vilã está no fio da navalha: um pouco mais de afetação e descambará para a caricatura. Há que se dizer, no entanto, que a perua pode virar uma figura divertida de se assistir e cair no gosto do público. O mesmo se pode falar de Marcelo Serrado, que ainda não encontrou o tom para Crô. Parece não ter se decidido se ele é afetado ou não, tenta suavizar os trejeitos em algumas cenas, mas ainda falta equalizar melhor a tônica do rapaz. Também Parece um pouco exagerado também que o mordomo chame a patroa com nomes de deusas ou rainhas egípcias em excesso. Pouco crível. Aliás, sobre o excesso: foram 15 cenas da dondoca gritando com o criado. Mesmo ofuscada pelo histrionismo, Lília Cabral teve bons momentos, ainda que com uma interpretação contida. Soa um pouco ingênuo, no entanto, vê-la perguntando para a recepcionista da faculdade se o filho tira boas notas antes de ser humilhada. Lembra dramalhão mexicano. Como afirmou Griselda numa de suas falas, “na vida, tudo é questão de jeito”. É preciso, portanto, que autor e diretores deem um jeitinho e corrijam o rumo de “Fina Estampa” enquanto há tempo. Porque, a julgar pelo primeiro capítulo, a trama pode se desgastar bem rápido. Na TV




Postar um comentário